10 de jun. de 2007

Rebite

Quero, posso e vou além.
O inferno não é o meu limite.
Sou capaz de fazer o mal e corromper o bem,
Com intuito de me prender a ti como um rebite.

Ameaço os transeuntes,
Persigo seus mais próximos entes,
Cuspo em seus amantes,
Desfiguro rostos para ti apaixonantes.

Sou bem capaz de me ajoelhar,
Mas prefiro aos que surgirem arruinar,
E a faço de todos se afastar.
E só faço pra te ver chorar,
Por que depois serei eu a te consolar.

Rezo aos santos da missa negra,
Apego-me aos anjos caídos,
Choro lágrimas secas,
Grito em silêncio.

Você me vê e você me sente.
Meu cheiro é agradável e excitante,
Dá vontade de provar... e você prova...
Meu gosto é viciante.

Te tenho, te amo, te como!
Depois de conseguir, perde a graça.
Você, à minha coleção, agora somo.
Sem choros! Até eu caí nessa farsa.

Assim como me apaixonei, desapaixono!
Não quero e nem serei seu dono!
Agora vá, ou te abandono!

Saia por cima!
Quero que saia por cima!
Me sentirei menos pior.

É... me apaixonei!
Acho que até te amei!
Mas já desencantei!
E até me desapontei.

Quis, pude e quase fui além!
Porém, o inferno foi o seu limite.
Porém, era enorme a fraqueza do bem.
E agora, sem essa de rebite!

Sou alma orgulhosa.
Minha mente é meticulosa.
E tu... que experiência desastrosa!

Você partiu meu coração!
Logo você, que me era uma deliciosa inspiração.
Mas já vi que não tem mesmo vocação,
Que já é só mais uma em minha coleção.
Por hora... uma decepção!


Gustavo A. Lacerda

Um comentário:

Fripe disse...

Jogos de corações partidos, ou mesmo sem um coração...
Pedra de gelo, fria no peito, raramente se aquece um pouco...
E quando se deixa vulnerável, o machucam, e se enrijece novamente...