19 de abr. de 2010

Restauração

No silêncio do campo de batalha devastado,
Descansam os corpos sem alma estraçalhados
Por uma guerra que pareceu durar desde sempre.
Cada corpo vazio, uma história.

Nevoeiro, escuridão, podridão, desilusão.
A esperança crucificada e aparentemente morta.

Um único batimento cardíaco provoca uma reação em cadeia.

O Céu se rompe e o mundo inteiro estremece.
A Terra é rasgada ao meio e de dentro o fogo
Se ergue, sobe e queima a falta de vida,
Iluminando as trevas de forma ininterruptível.

A capacidade aparentemente perdida de arder é restaurada.
O coração impiedosamente partido é colado.
Os sentidos selados são revigorados.
O fluxo essencial à vida é retomado,
A sensibilidade suavemente liberta,
A escura prisão demolida,
A barreira rompida.

É a vida!

Gustavo Lacerda.