13 de ago. de 2013

Já fui, não sou, mas sou

‎Frequentemente me fazem perguntas
As quais prefiro encarar como testes de tolerância.

Numa fração de segundo,
a Resposta vai
do Cérebro a ponta da língua
e por ali fica,
esmurrando a Muralha de dentes
que ergo para proteger essa gENTe Insensata
de seu desprovimento Racional.

fui muita coisa N'OUTRA vida.

Já fui una persona franca,
Quase um franco atirador,
com minhas Verdades
esguichando feito jatos de Ácido,
Dissolvendo ALMAS por instantes quase eternos
de existências pouco ou nada Marcantes.

Já FUI um Cara sincero.

Não sou mais Sincero, mas sou Honesto,
O que é quase a mesma Coisa.
Só que o sincero, quando há,
Sempre fala o que há,
enquanto que o honesto, quando Fala,
Somente fala o que Há.

Há uma distancia quase que ContinenTAL
entre o 'sempre' e o 'somente'.

Você acha que isso dá pano pra manga,
mas, a mim, não me parece
mais que Semente Chupada
e lançada em Terra Infértil,
variando verso a verso
sem sentido
entre o Minusculo e o maiúsculo.


Gustavo Lacerda.

11 de ago. de 2013

Não Existo

Tamanha fora a falta de poesia
Com a qual se deparara no mundo a sua volta,
Que o poeta desmaiara num canto desconhecido,
Onde não se pôde ainda encontrá-lo
Para ver se com uns tapas na cara acorda e recorda.

Não existe mais poesia.
Não existe mais esperança
que justifique tanta reza.

Não existe mais conforto
que torne a cama aprazível.

Não existe mais trilha sonora
que assemelhe a vida a uma trama.

Não existe surpresa
que vá além de um sustinho chato.

Não existe sentimento no coração
- isso é coisa do cérebro.

Não existo.

Gustavo Lacerda