1 de dez. de 2008

Incontrolável

Não quero ouvir.
Não quero parar.
Não tenho o que dizer.
Não quero falar.

Quero continuar,
Não me tente fazer parar.
Não quero ter que te machucar.
Nada pode me parar!
Ninguém pode me segurar.

Só posso me satisfazer quando chegar.
Quando eu chegar!
Não quero ninguém.
Posso e vou além.
Não importa o que faça, ficará aquém.

Se caio, me levanto.
Se me desespero, ando.
Mesmo que aos prantos, não cesso.
Eu não vou parar!
Nada pode me fazer parar!

Eu não vou te escutar!
E se o silêncio não partir de ti,
Partirá de mim.
Perfuro meus tímpanos!
Arranco meus olhos, acaso escreva!
Não quero ver.
Não quero saber.
Deixe-me viver!

Se neva em minha sala de estar,
Respiro fundo para absorver,
Pois a neve é libertadora,
Acalenta os desesperados,
Dá força, coragem e ousadia pra continuar.

Eu não vou parar!
Nada vai me parar!
Ninguém pode me conter.

Saia do meu caminho!
Saia já do meu caminho,
Ou eu vou te atropelar!

Eu não vou parar!
Não quero parar.

Não posso parar.

Gustavo Lacerda