O vento da noite acaricia meu rosto
E faz de certas possibilidades um quase desgosto
De causas nada naturais,
Com um “quê” de absurdas.
Venenosas carícias.
Indizível passado gerador de desconfiança,
Amargura, dissabores e desamores.
Maldita cama de noites ternas,
Manchada no cruzamento com outras pernas
Enganadoras e contadoras de verdades eternas
Firmadas no seio das indestrutíveis montanhas de pedra.
Doce vento de uma noite de nuvens rubras
Como o sangue quente fugindo daquelas veias
Tão grossas, firmes e frágeis.
Venenoso vento.
Dilaceramento.
Sentimento.
Arrependimento.
Desejo insaciável por um ato proibido,
Ainda não completado, portanto não consumado.
Reflexiva noite de ventos cortantes,
Que trazem consigo ensejos incoerentes
Para a destruição do que aparenta ser o bem.
Venenosa noite.
Veneno que não mata.
Veneno que não derruba.
Veneno que queima.
Veneno que sublima a culpa.
Veneno que desperta.
Venenosas lembranças que aterram
Impiedosamente o que surge no presente,
Encarnando sua imagem como sendo a do futuro.
Agridoce veneno que desperta
As defesas criadas pela falência do caráter
E pelo calculado assassinato do amor.
Gustavo Lacerda
11 de nov. de 2008
4 de nov. de 2008
Máscaras de Chuva
Chove seco noite adentro.
Chuva seca, cautelosa, cheia de minúcia
No que diz respeito ao silêncio arquitetado,
Planejado para que não a percebam.
Máscaras que revelam várias verdades
Maquiadas por um sistema que se passa por de carne.
Máscaras fidedignas do gelo que cai na forma líquida
E que de tão frias queimam a pele de quem tocam.
Chuva seca, cautelosa, cheia de minúcia
No que diz respeito ao silêncio arquitetado,
Planejado para que não a percebam.
Máscaras que revelam várias verdades
Maquiadas por um sistema que se passa por de carne.
Máscaras fidedignas do gelo que cai na forma líquida
E que de tão frias queimam a pele de quem tocam.
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