Vasculhando as gondolas em busca de sei lá o que,
Em busca de um pouco daquilo que não se compra,
Pelo menos não em supermercados do centro.
Em busca de um pouco daquilo que não se compra,
Pelo menos não em supermercados do centro.
Silenciosamente analisando comportamentos contemporâneos,
Inevitavelmente lembro-me dos trombamentos
Sobre os quais divaguei de maneira torta anos atrás,
E percebo que, talvez, tenha desenvolvido um senso mais apurado
Ou, ainda, talvez, tenha me tornado menos descrente e incoerente.
Sobre os quais divaguei de maneira torta anos atrás,
E percebo que, talvez, tenha desenvolvido um senso mais apurado
Ou, ainda, talvez, tenha me tornado menos descrente e incoerente.
Ficava confuso e pesaroso com a falta de decoro dos surfistas sentimentais,
Que ora estavam apaixonados ora enjoados,
Tudo num emaranhado de declarações não verbais,
De introduções calorosas entrelaçadas a declinações inexpressivas,
Covardemente ensaiadas às sombras da própria consciência,
Sob o palco do ilusório descompromisso evidenciado.
Hoje não esboço os mesmos sentimentos, apenas me movimento
No sentido e na medida do esclarecimento e da ponderação,
Ciente de que tal falta de decoro trata-se de uma questão psicológica crônica.
Ciente de que tal falta de decoro trata-se de uma questão psicológica crônica.
Na desimportancia que nos dão, reside o valor que não nos temos.
Por meio do valor que estampamos,
Nos sorrisos verdadeiros e atitudes autênticas,
É evidenciada e reconhecida nossa importância.
Por meio do valor que estampamos,
Nos sorrisos verdadeiros e atitudes autênticas,
É evidenciada e reconhecida nossa importância.
O que antes era algo não sequencial, que beirava o imprevisível,
Agora tem uma sequência quase lógica, absolutamente previsível,
Numa ordem de conformidade tão bege, que me entedia.
Numa ordem de conformidade tão bege, que me entedia.
Emoções em ondas que vêm e vão à velocidade do vento
E que só nos permitem fortes sentimentos a sua superfície.
Hoje tenho meus estados sentimentais agudos e focados,
Mas você não vai me entender, pois é contemporâneo,
Enquanto o descolamento do tempo padrão me fez moderno.
E que só nos permitem fortes sentimentos a sua superfície.
Hoje tenho meus estados sentimentais agudos e focados,
Mas você não vai me entender, pois é contemporâneo,
Enquanto o descolamento do tempo padrão me fez moderno.
Gustavo Lacerda