2 de abr. de 2012

Desfecho

Minha boca lateja com meus batimentos cardíacos.
Minha pele arde em febre pelos excessos.

Meu estômago embrulha, tenta expulsar seus restos,

Que ferozmente engoli, sem mastigar,

Depois de quase delicadamente despedaçar

E, um a um, até o limite do meu prazer, seus membros esmagar.


Na memória, seu sorriso avassalador,

O ultimo antes de desfigura-lo,

Antes de transformar cada gesto seu em dor.


Nas minhas unhas a sensação inesquecível

De sua carne sendo perfurada, rasgada.

Nos ouvidos, seus gemidos, cada grunhido

Ensopado em sangue e terror.


No carpete, o vermelho coagulado

Do sangue que nunca será lavado.


Estou no que vem depois do auge,

Do clímax, do ápice, do desespero.

Estou a beira do desfecho

E você está apenas ridiculamente morto, deletado.

Gustavo Lacerda.

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