28 de jan. de 2012

Fábulas Amargas

Não tenho essa capacidade que muita gente tem
De se entregar às fantasias, às ilusões da vida.
Já fui capaz, mas também já tive mais disponibilidade.
Só que eu não tenho mais tempo pra isso.

Eu não tenho tempo para fábulas!

O amor falado, escrito, reafirmado, repetido.
O amor aguerrido, partido, complicado.
O amor difícil de efetivar é uma fábula!
É uma fábula onde as persaonagens são objetos
Separados pelo vidro de uma cristaleira!
É uma fábula amarga, avessa ao que dizem por aí.

Eu só me dedico a contos realistas.
Minha realidade é visceral,
Minha poesia é vicejante.

É aprazível a satisfação de todo desejo, de toda paixão.
O que não significa que não sejam dispensáveis,
Sem remorso, sem dor, sem saudade, com raras recordações.
Ambos podem ser facilmente substituídos
Pela leitura de outra fábula menos amarga.

A mente nos oferece ilusões a rodo.

Amor tem um tempo longo de gestação,
Mas, quando nasce, amadurece com naturalidade.
Amor é simples, leve e substancial,
Não precisa ser falado ou escrito, tampouco reafirmado.

Suas fábulas amargas estão escritas a tinta no papel;
Basta uma gota para borrá-las.
Meus contos e poesias visceralmente vicejantes
Estão no disco rígido, com backup na nuvem.

Gustavo Lacerda.

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