16 de out. de 2010

À Mesa

Uma long neck que custa a ficar vazia.
Um copo solitário de cerveja morna.
Um par de olhos inquietos,
Que conduzem uma mão firme,
Que suporta dedos fervorosos.

Óculos escuros para uma noite sem luz,
Combinando com a caixa preta de cigarros.
Cigarros para anestesiar o corpo,
Enquanto a vida se dissipa entre um trago e outro.

Um caderno de folhas brancas,
Aos poucos preenchidas em suas linhas de preto.
Uma caneta flutuante,
Que desliza freneticamente em pensamentos incertos.

Um homem branco de camisa xadrez vermelha
Sentado, calado, desafiando-se em versos, descomprometido,
Importando-se apenas com a cerveja e os cigarros, à espera de nada.

Gustavo Lacerda.

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