16 de out. de 2010

A Loira de Vestido Verde

Um mastiga em silêncio e com olhar perdido,
A outra faz o mesmo, a loira.
Olhares perdidos, inquietos tanto quanto as bocas,
Que não falam, apenas trabalham.

A loira de vestido verde ora murmura,
E o outro, com seus olhos fundos, responde.
Os olhos inquietos buscam tudo,
Menos o que está a frente.

As palavras vêm em meias frases.
De repente, um breve beijo
E um afago com cheiro de queijo
Dos dedos da loira de vestido verde.

Verde água, sem vida, pastel,
Assim como os cabelos descuidados,
Combinando com a palidez do parceiro.

Ela tingira os cabelos e vestira-se com cores pastel.
E o tempo juntos era tanto,
Que a falta de assunto tornara-se falta de intimidade.

Gustavo Lacerda.

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