10 de jul. de 2011

Falta de Brisa

Quando chego, tenho meus ois no bolso.
Quando parto, levo meus tchaus no outro.
Não tenho nada meu, nem ninguém me tem.
Não quero nada seu, é você quem se detém.

Eu não quero que fique pela minha vontade.
Eu só quero que fique quem se vê aqui;
E eu quero que quem quer vá logo!
Não se amarre, nem se afobe.
Não tente se iludir, ou lhe afogo em ti.

Quero que fique pelo que de mais verdadeiro lhe mantém.
Quero que fique onde quer que seja
Teu lugar, contando que feliz,
Contando que seja por tua vontade,
Contando com que seja pelo amor a vida.

Se for para ser, compartilharemos aquilo.
Caso não, não tem problema.
O tempo voa e leva tudo consigo,
Seja às alturas, mantendo por perto,
Elevando, ampliando o horizonte;
Seja para longe, separando corpos,
Distanciando-os, desmembrando-os definitivamente.

Minha falta de brisa é prenuncio
Aos fortes ventos que levam tudo
Consigo para os confins do meu mundo.

O princípio do seu fim é quando minhas palavras cessam,
Quando meu carinho quase seca,
Quando meu calor esfria até o morno,
Quando meus olhares tornam-se indecifráveis,
Quando meus clamores desaparecem!

Nosso fim é quando você tudo aquilo vê,
Mas pouco ou nada faz para não nos perder.

Palavras são apenas palavras e vontades não são nada,
Quando as escolhas que se faz se relacionam com o depois.

Gustavo Lacerda.

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