11 de nov. de 2008

Veneno do Despertar

O vento da noite acaricia meu rosto
E faz de certas possibilidades um quase desgosto
De causas nada naturais,
Com um “quê” de absurdas.

Venenosas carícias.

Indizível passado gerador de desconfiança,
Amargura, dissabores e desamores.

Maldita cama de noites ternas,
Manchada no cruzamento com outras pernas
Enganadoras e contadoras de verdades eternas
Firmadas no seio das indestrutíveis montanhas de pedra.

Doce vento de uma noite de nuvens rubras
Como o sangue quente fugindo daquelas veias
Tão grossas, firmes e frágeis.

Venenoso vento.

Dilaceramento.
Sentimento.
Arrependimento.
Desejo insaciável por um ato proibido,
Ainda não completado, portanto não consumado.

Reflexiva noite de ventos cortantes,
Que trazem consigo ensejos incoerentes
Para a destruição do que aparenta ser o bem.

Venenosa noite.

Veneno que não mata.
Veneno que não derruba.
Veneno que queima.
Veneno que sublima a culpa.
Veneno que desperta.

Venenosas lembranças que aterram
Impiedosamente o que surge no presente,
Encarnando sua imagem como sendo a do futuro.

Agridoce veneno que desperta
As defesas criadas pela falência do caráter
E pelo calculado assassinato do amor.


Gustavo Lacerda

3 comentários:

CLARIDÃO disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Willian Lins disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.