É
na escuridão da noite
Rompida
pela luz da música
E
sob o impenetrável silêncio
Da
ausência de vírgulas e pontos
E
faces e vozes e olhares
Que
me encontro comigo.
Mas
sempre há um ponto.
A
realidade é franca,
Evidente
e tão estonteante que,
Muitas
vezes, a gente se recolhe
Nas
noites brancas,
Em
noites verdes,
Ou
puramente fantasiosas.
Há sempre mais de um ponto.
A
verdade é que cada um vive
Do
jeito que dá conta de viver.
Tem
muita gente por aí que,
De
tanto não dar conta de si, corre,
Achando
que vai realmente chegar
A
algum lugar diferente do que está...
Hum...
não vai!
Há sempre diversos pontos!
E você não
vai chegar!
Não vai, por que sempre estará consigo.
Quem
vive como lhe convém,
E
é bem pouca gente,
Não
tem pressa de chegar,
Por
que sempre está exatamente onde quer estar.
Nem adianta correr ou querer se esconder.
Haverá incontáveis pontos no caminho.
Ando
em passos de tartaruga,
Por
que, nessa estrada, todo castigo
É
consequência de pequenos vacilos.
Gustavo Lacerda