Como um vampiro, chego silencioso,
Na calada, como quem não quer nada.
Deixo-me perceber.
Aos poucos, você me tem em teu seio,
Me recebe como um dos mais próximos teus.
Como um vampiro, seduzo,
Encanto com as mais belas palavras,
Torno-me indispensável com os mais nobres atos.
Aos poucos, você me tem em teu seio,
E os outros deixam de ter o mesmo brilho.
Sou dos mais ardilosos e insaciáveis
Caçadores vorazes da noite,
E minha noite pode ser de seus mais ensolarados dias,
De manhãs frescas a tardes escaldantes,
De alvoradas promissoras a poentes apaixonantes.
Como um vampiro, que sou, tramo.
Aos poucos, tenho teus seios em meus dentes.
Possuo a você, minha presa da vez,
Meu alimento, meu ego mitigado.
Por vezes, sugo até a última gota,
E parto em seguida, sem olhar para trás.
Apago de minhas memórias sua existência.
O que fica são os traços relevantes de sua alma.
Outras vezes, o sadismo toma conta de mim.
Me apaixono e, nestas, sou eu quem escraviza.
Torno meus dentes em teus seios um vicio,
Que, pra mim, não passa de artifício
Para ver-te deleitando-se com a dor que prenuncia tua morte.
Sou um vampiro – o tempo não me importa!
Quando a sede vier, vou bater a tua porta.
Cedo ou tarde, demorada ou rapidamente,
Ei de sugar a tua alma por completo.
Sugarei até a última gota!
Partirei sem olhar teu corpo vazio.
Apagar-te-ei, sem deixar vestígios.
O que há de ficar são os traços relevantes de tua alma,
Incorporados a minha.
Gustavo Lacerda.
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